sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Coisas casuais.

Era dia 25 e ele caminhava pelas ruas de São Paulo enquanto observava uma movimentação estranha, um grupo de pessoas que comemoravam não sei o que com uma garrafa de vinho na mão e um sorriso aberto no rosto. Era dia 25 e ele não comemorava nada, apenas caminhava e conversava com estranhos nas ruas de uma cidade morta, perguntava-se acerca do mundo, dos motivos que impulsionavam aquilo tudo e das pessoas, esses seres-contorno, sem conteúdo, sem nada. Que pessoas são essas? Que bando de andorinhas sem verão são essas que voam sem ter onde pousar? Quem? Eu não sei.
E o que restou do que era pra ser eterno? O que restou dessas almas abandonadas? Restou essa dor escondida num copo de vinho, esse nada que diz ser tudo. Esse vazio e fim.
Restou-nos inventar datas para que pudéssemos ter uma aproximação maior, um abraço menos forçado, um sorriso menos fingido. Restou essa vida que não nos cabe, não nos move, não nos alegra.
Restou-lhe viver. Sobreviver.


quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Fragmento.

E parece, então, que aquele quarto continuava ali, vazio e escuro, para que eu pudesse entrar às vezes e deitar num canto qualquer, onde passaria a noite lembrando de momentos que não devia e cantarolando músicas que já deveriam ter sido esquecidas. E quando acordasse no outro dia, com os olhos pequenos depois de tantas lágrimas, traria alguns móveis, um som com novos discos, e até um quadro para pôr na parede verde e arrumaria tudo pra criar um novo ambiente, daí eu dormiria com um sorriso enferrujado no rosto, sabendo que aquele ainda era, mesmo depois da mudança, o seu quarto. O nosso quarto.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

A mala.

Tenho tentado retirar algumas coisas da minha bagagem, coisas que não usarei na viagem ou que já não me servem de modo algum. O motivo dessa seleção é o peso, pois não tenho forças pra carregar nada além dessa mala de mão que sempre me acompanha. Tenho tentado retirar algumas coisas do meu coração, mas parece que essa retirada, logo essa que é tão importante, não tem surtido muito efeito, o peso continua o mesmo ou até maior, as vezes exito em dar passos largos, temendo fraquejar no meio do caminho, mais uma vez. Quem diria que o silêncio pesa tanto, que a falta de tudo que eu carregava seria mais dolorosa em meus ombros que a presença delas? Não dava pra prever, até porque o coração não antecipa aquilo que ele não aceita. E mesmo assim, com tanto sentimento sobrando, com tantas palavras não ditas e com tantas conversas inacabadas, fecho a mala e ponho a passagem no bolso, pois a vida, tão apressada que é, não pensaria duas vezes antes de me deixar sozinha no trem. Sigo, então, com a mala leve e o peito cheio de um vazio que pesa e me dói, pronta pra descer em qualquer estação que pareça diferente daquela em que embarquei.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Carta.

A gente vive e lamenta todos os caminhos errados que decidimos seguir ou que acabamos tomando sem saber o que nos esperava. Nós mudamos, fazemos escolhas e sofremos por causa das escolhas que fizeram por nós, mas não temos o dever de chorar eternamente por algo que nem vale a pena, ou que vale independente das lágrimas que escorrem por nossos rostos cansados.
A gente cresceu, meus amores, e devemos isso ao sofrimento, ao sorriso, aos tombos e à todas as vezes que resolvemos erguer a cabeça e seguir vivendo, devemos isso a vida. Nós crescemos, não somos mais crianças imaturas e temos outros motivos para viver, outros brilhos a ocultar e outras luzes para apagar, porque a vida não acaba aqui e virando aquela esquina ali na frente tem muita felicidade nos esperando.
O melhor de tudo é a esperança, a vontade de vencer e ultrapassar qualquer barreira idiota que insiste em aparecer, é pela esperança que nós vivemos e é ela que nos faz chegar em casa sustentando o sorriso de plástico que exibimos o dia inteiro.
E a gente chega em casa, apaga a luz e fecha a porta, mas não a tranca, porque a esperança ainda pode chegar e trazer com ela um mundo melhor.

- Aos meus amores: Jessica F. e Lidiane K.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Cegos.

Ele saiu atrasado para o trabalho, já passava das sete quando ignorou o "bom dia" do porteiro do seu prédio. Mas quem liga? Ele que não dava a mínima importância à um subalterno qualquer. Continuou andando até seu carro e seguiu caminho até a empresa. Com o sinal vermelho, via pelo vidro qualquer coisa como um menino de seis anos deitado embaixo de um banco qualquer desses de rodoviária, e não ligou, era mais uma vítima da sociedade e não seria ele a bancar o super herói e resolver salvar o mundo de suas desgraças, então subiu o vidro, onde o fumê o isolaria de qualquer problema mundano e aumentou o volume do som do carro. Criava-se ali mais um filho da puta. Mas que diferença isso faria? O mundo tá cheio deles. Cheio de filhos da puta e de miseráveis que choram por uma oportunidade de crescer na vida.
Depois do trabalho voltou pra casa, passou por todo aquele trajeto que já era rotina, já não se incomodava com aquele cenário que anunciava a Terceira Guerra Mundial, pois já tinha garantido o seu porão de ouro, nenhuma bomba o atingiria. Entrou em casa, apagou as luzes e foi assistir um filme americano qualquer.
E do lado de fora, a sociedade seguia hipócrita, como sempre, alimentando filhos da puta que vêem dinheiro mas são cegos pra qualquer tipo de ação que envolva seu quinhão.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

1º Ato.

Tenho ensaiado incessantemente o que fazer no momento do reencontro, o que dizer, como agir e todas essas coisas que, na verdade, são meros detalhes diante de tudo que seria realmente importante se isso acontecesse. Penso em tudo, seria perfeito, eu não deixaria nada dar errado, deixaria tudo sem controle, como sempre foi, tudo seria eterno em nós e as mais belas canções de amor embalariam nossa dança, seriamos taxados de loucos, pois ninguém mais seria capaz de ouvir a melodia que ousa tocar somente no coração dos apaixonados. Eu não sei se conseguiria conter as lágrimas, as palavras, o amor, talvez não, mas isso não seria tão mal assim, você me entenderia e ficaria ao meu lado, como sempre, me completando e somando-se a mim, fazendo minha admiração crescer, crescer e crescer como se não houvessem limites para isso.
A verdade é que todo esse rascunho de felicidade é somente mais uma forma de fugir da realidade sem você, sem amor, sem somas ou qualquer outra dose de alegria. Tenho ensaiado viver sem ti, mas qual peça há de ser completa sem o tal anjo que cuida da personagem principal? Não tem. Você vive e eu sigo ensaiando peças sem platéia, sem roteiro e sem nenhuma perspectiva de apresentação ao público.
Que se fechem as cortinas.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Quando a sua bóia é também a sua âncora, você tem que aprender a nadar.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Um outro caminho.

Ainda na orla, olhei corajosa para o mar, aquele mar imenso , quase tão grande quanto meu amor, que estava decidida a esquecer. Tentei correr até a água, mas a areia fofa do meu coração não permitia que meus passos fossem rápidos, nem ao menos largos. Depois de algumas tentativas, todas frustradas, percebi que restava-me apenas caminhar lentamente, como quem não tem pressa de chegar aonde deveria estar, dar passos lentos e estreitos, para sentir, milimetricamente, toda a angústia que era ir em direção ao esquecimento. Pensei em voltar, desistir daquela loucura que era ir contra o que se sente, mas meu corpo já não aguentava o peso da dor e o caminho mais curto a percorrer era justamente o oposto. Voltar era hipótese descartada. Continuei andando por ali, a faixa de areia na praia parecia estar cada vez maior e aqueles metros pareciam intermináveis, mas eu prossegui e estava cada vez mais serena por causa daquele vento que balançava meus cabelos, eu podia ouvir sua voz, como se você ainda sussurrasse em meu ouvido: "Você fica ainda mais bonita com os cabelos soltos." e a lágrima, que já não aguentava ficar presa em mim, rolou pelo rosto já sem graça, sem forças pra continuar. Andei, encontrei no caminho algumas lembranças, fotos, músicas, retalhos daquilo que me sustentou por tanto tempo, cheguei ao mar... Abaixei-me e lavei o rosto com a água gelada da realidade que me esperava e as ondas, ainda tão pequenas, molhavam meus pés e insistiam para que eu entrasse e mergulhasse numa vida nova. Não entrei. Não mergulhei. Agora estou aqui, na beira do mar, esperando por algum outro caminho, esse não me cabe. Eu não sei nadar.

domingo, 12 de setembro de 2010

Loneliness.

There are 6.8 billion people in the world and I just need you, only you, my guardian angel.

sábado, 4 de setembro de 2010

Sobre o "eu te amo" que não disse.

Gosto dos textos que não publiquei, das músicas que não ouvi, dos sonhos que não sonhei, talvez goste até das ruas que não passei, dos colégios onde não estudei e dos momentos que não vivi. Gosto, especialmente, de você, que já não tenho e que me faz amar tudo que teria ao seu lado se, ao menos num sonho real, voltasse a ser meu, tão meu, amor.

Paradoxo [im]perfeito.

E em meus sonhos mais profundos: você. No final, tão esperado, do meu arco íris: você. Nos meus planos e desejos futuros: você. Em meus ideais, meus parâmetros, minha alegria: você.
E você, tão presente em mim, faz-se ausente em minha realidade, em minhas mãos... tão presente e tão ausente em mim. Volta e traz contigo a parte de mim que sempre estará com você aonde for, com quem for.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Se eu pudesse destruiria tudo, destruiria a cidade, não, destruiria o mundo inteiro de uma vez pra resconstruir ele todo o mais rápido possível de forma que ele fosse perfeito pra você, que você não tivesse problemas, não precisasse fugir. É isso.
- Apenas o fim.

domingo, 29 de agosto de 2010

Não há mais o que dizer...

Ou há. Talvez sejam essas palavras não ditas que teimam em doer aqui dentro de mim, talvez se eu conseguisse vomitá-las, uma por uma, voltasse ao meu estado normal, a alegria. Talvez ainda haja sentimento a ser demonstrado, mas isso já não cabe no curto espaço de um abraço ou num olhar frio, não cabe a mim, nem a você, cabe somente ao tempo a triste missão de apagar um sentimento que, sem interferências, seria eterno. Eterno enquanto dure. Não durou e agora cabe a mim tomar a decisão de seguir a vida, essa vida que já não quero.
Sophia.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

O que se aprende na infância.

Quando criança, ela possuía uma bonequinha que, aos olhos alheios, já não tinha valor algum, mas aquele era o seu tesouro, sua boneca preferida. Com o passar do tempo, as pessoas insistiam em mostrar-lhe bonecas novas, mais bonitas, algumas até falavam, mas ela recusava-se a aceitar outra que não fosse aquela que acompanhou-a por muito tempo. Num dia de chuva, sua boneca foi arrastada pela correnteza, ela chorou e correu por todos os lugares atrás daquele objeto com tantos defeitos, mas que era capaz de fazer-lhe feliz. Foi em vão. Muito tempo se passou até que Sophia pudesse se recuperar da dor que é perder algo que se ama, talvez ela ainda não tenha se recuperado totalmente, mas não há nada a se fazer, a correnteza é e sempre será mais forte que ela e talvez mais sábia. Provavelmente hoje a boneca está em outras mãos, talvez alguém que dê o mesmo valor que Sophia dava, assim ela espera. Depois disso, Sophia teve muitas outras bonecas, mais novas, mais bonitas, algumas até falavam, mas é aquela cheia de defeitos que sempre estará nos pensamentos da pequena menina de olhos tristes.

Espelhos.

Tenho a liberdade de repostar um texto que fiz há um ano, mais ou menos, já que os sentimentos são os mesmos.

-
Decisões.
Decisões doem, partem o coração, mas Sophia tinha que tomá-las. E ela demorou, demorou muito até ver quais decisões ela iria tomar.
Em geral, as pessoas optam por ter raiva, por odiar aqueles que amaram um dia. Sophia não. Não que ela não queira, é que não consegue.Talvez nem tente, sabe que não vai conseguir. Não tem como sentir raiva de quem um dia a fez tão feliz.. não há como sentir ódio de quem se ama. E mais uma vez Sophia tem que ser forte. E ela é, pode não parecer, mas ela é. Ou tenta ser.
Por mais que doam, as decisões têm que ser tomadas. Os amores têm que ser esquecidos. A página tem que ser virada. A vida tem que ser vivida. E o sorriso, por mais que esconda uma dor, tem que sobreviver a tudo isso.
Sophia, minha pequena Sophia, seu coração transcende os limites do seu corpo, você vai passar por essa.

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Não tenho a esperança de que aconteça a mesma coisa do ano passado, só espero conseguir passar por isso com a cabeça erguida.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

A morte.

Ele chegou naquela sala vazia e encontrou-a deitada na cama, triste, vazia de todo afeto que um dia lhe foi proporcionado, olhou e rastejou por aquele metro quadrado que parecia não acabar, ajoelhou-se ao lado da menina de olhos tristes, beijou-lhe na testa e despediu-se querendo não acreditar que o fim tinha chegado e que ali acabavam todos os momentos de infinita alegria entre eles. Ela olhou-o e prometeu amor eterno, mesmo sabendo que ele não era o seu destino, chorou, tentou lutar contra aquilo que parecia inevitável... e era, não conseguiu vencer uma luta em que já havia sido derrotada há tempos, calou-se. Ele olhou fundo naqueles olhos já sem brilho e viu que não havia chances, chorou. Ela pegou em suas mãos, ele apertou com o restante de suas forças e eles sorriram.
Sophia se foi e deixou apenas o seu amor, sempre tão intenso e verdadeiro.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Eu depois de nós.

Como uma das bifurcações de algum rio, que ainda acredita que um encontro seria possível no mar.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Rascunho.

Ela não sabia pra onde ir, então correu, foi o mais longe que pode, viu paisagens, crianças e carros passando, pensou estar longe o suficiente, mas não parou, continuou correndo, fugindo da realidade que já não lhe cabia. Resolveu somente caminhar, conhecer as pessoas que, mesmo com toda aquela acidez, insistiam em fazer-lhe feliz, conversou com algumas crianças, descobriu tesouros, foi o confessionário de uma apaixonada que contou-lhe sua mais bela história de amor e chorou ao notar que não acreditava naquilo que estava ali, na ponta do seu nariz. Acreditou. Continuou a andar, tentou esconder-se nos cantos mais remotos daquele lugar, andou, andou por muito tempo, a sola de seus sapatos já não lhe davam o conforto inicial, cansou.Quando cansou, ajoelhou-se ali mesmo, naquele chão sujo, cheio do pó que te fez espirrar por tanto tempo, olhou a sua volta e percebeu que sua tentativa foi em vão, não tinha conseguido ultrapassar aquele metro e meio de angústias e inseguranças. Desistiu. Desistiu de fugir de si, procurar, sem sucesso, a felicidade naquilo que não te pertencia, era bobagem. Percebeu que essa coisa de encontrar-se fazia parte do tal crescimento que tanto ouviu falar, mas recusou-se a aceitar a situação, e não adiantava recusar, não haviam escolhas, crescer era agora sua nova obrigação, teria que ver partir toda sua visão de mundo e aceitar, sem opção, seu novo "eu". Sophia estava crescendo, e crescer dói.

domingo, 4 de julho de 2010

Sobras.

Cabe tanta saudade em meu peito, tanta lágrima em meus olhos, tanta angústia, tanta insegurança, que apenas dói. Demasiada dor. E eu sigo, como quem não tem aonde ir, e nem quer ter, como quem apenas deseja ler, com a ponta dos dedos, toda a poesia dessas paredes esquecidas, como quem só quer lembrar, lembrar do que foi bom e do que ainda pode ser, revirar o baú da sua mente e rever todos os momentos em que as lágrimas brotavam somente em meio a sorrisos. Foi-se esse tempo, um tempo de ideais, de lutas e revoltas, agora cabe somente o eu. E é somente o eu que move todos que um dia eram motivados pelo nós. Tudo era a 3ª pessoa, eram sentimentos que em algum momento se encaixavam, agora é apenas um amontoado deles, e seria necessário procurar algum que me servisse, mas eu já não quero, tenho preguiça dessa busca que talvez não tenha fim e que me mata a cada fracasso.
Cabe tanta saudade em meu peito, mas as lembranças transbordam, sobra-me apenas a esperança de que o futuro chegue e traga em sua mala novos momentos de felicidade. Seja bem vindo.

domingo, 13 de junho de 2010

O meu amor.

"Tenho um amor que me veio pronto, assim, água que caiu de repente, nuvem que não passa(...)" Caio F. Abreu.
Não, meu amor não tá escrito por outro alguém, meu amor sou eu e você. Eu tenho um amor profundo, alegre e que por vezes, menos raramente do que parece, me faz chorar, põe em meus olhos todos os sabores e todas as dores que é sentir-se completa. Meu amor não é poema, é prosa, toda essa coisa de versos e estrofes é cansativa demais, meu amor se repete, é tudo numa linha só, tem parágrafos e continuações, mas ainda não conheceu o fim, e nem vai conhecer. Meu amor é um livro, é um pouco de Pequeno Príncipe e um pouco mais de Mil e uma Noites, não tem um final feliz, talvez por que não tem final ou por que um final seria tão doloroso, tão inaceitável para ambas as partes que o livro é relido antes que chegue ao último capítulo. Somente duas pessoas são realmente importantes, alguns passam durante o desenrolar da história, outros ficam,mas essas duas pessoas não chegam nem se vão, elas estão ali, fixas, imóveis num contexto tão surreal. Você e eu. Meu amor é boca e ouvido. É flor e vento. Me fala, me ouve e me completa. Tenho em mim todo amor do mundo, e não é pouco, é oceano, é céu e é você. Só você.
Te amo.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Acordei-me só.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Sob o céu de Abril.

Foi preciso um choque, um zumbido em seus ouvidos para que eles percebessem onde estava o problema, qual era a pedra que incomodava em seus sapatos, mas uma hora eles notaram que não era aquilo que eles queriam. Não foi preciso trocar palavras, seus corações sentiam que o amor ainda estava ali, e que enquanto ele existisse, tudo valeria a pena...
E lá estava ele, com seus braços entrelaçados no pequeno corpo de Sophia, assim como antes, com o amor transbordando pelos olhos e pelos sorrisos que insistiam em aparecer. E ela, com o coração entorpecido pelo amor que os unia novamente, não falava nada, apenas olhava e registrava cada detalhe daquele momento em sua memória, em seu coração.
O céu pregado sobre eles era cinza, ainda havia vestígios da chuva que os atingira anteriormente, mas não importava, eles se bastavam, se completavam em cada gesto e, mais uma vez, a felicidade estava ali, não havia nada que pudesse intervir naquele momento tão esperado. Tudo voltou ao seu lugar... os sorrisos, as brincadeiras, o carinho, as declarações de amor, estava tudo ali novamente, ao alcance de seus olhos, tudo tão abstrato, tudo feito para ela guardar em si. Era amor.
E foi assim que sob o céu de Abril, Sophia viu seu coração voltar a bater como devia, viu seu amor voltar a ser seu de verdade e pode notar que ele sempre estará ali, ao seu lado para completar tudo num mundo que era só seu.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Retratos de um carnaval que já se foi...


Serpentinas e confetes no chão, o retrato da festa que acabou, dos sorrisos que se fecharam, as pessoas fazem suas malas e vão para suas casas, volta a rotina. Acabou o carnaval. As marchinhas, as fantasias, os olhares e amores, tudo isso vai ficar guardado, vai estar na lembrança das meninas que comentam com as amigas, dos meninos que não conseguem esquecer aquela moça linda do bloco que já passou. Mas calma, em que época estou? Não é mais assim, infelizmente. A máscara negra já não esconde o rosto da pessoa amada, os bailes já não são como eram antes, as mocinhas não passam meses planejando suas fantasias, nem os rapazes planejam cortejar alguém enquanto escondem sua timidez em um nariz de palhaço. Tudo mudou. Não existem mais Pierrots e Colombinas, são todos Arlequins em um mundo muito diferente daquele que tinha "mais de mil palhaços no salão". Os tempos são outros, meu caro, aceite a sua triste condição! Todo carnaval tem seu fim, e é o fim. É o fim.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Incapacidade.

"Me olhem! Estou aqui!" Sophia gritava por atenção, mas ninguém ouvia, estavam todos preocupados demais com a limpeza, a roupa, preocupados demais com os seus umbigos para poderem dar a atençao que a menina pedia enquanto chorava silenciosamente. E ela se esforçava para entender o jeito das outras pessoas, mas não conseguia. Se esforçava para ser do jeito que eles queriam, para agradar a todos que amava, mas não conseguia. Todo esforço era em vão, e isso estava estampado na expressão de todos que a ignoravam. Ela não queria mais lutar para ser o que não era, então resolveu ignorá-los também, mas não conseguia. Não conseguia nada. Sophia era uma menina incompleta, ela não era do jeito que todos desejavam, e por mais que tentasse, não conseguia. Oh Sophia, minha pequena... você não é incapaz, eles que estão fechados em seus mundos, são narcisistas demais para olharem para você... eu te amo, não esqueça disso, estou com você sempre!

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

miss you.

você passa todo santo dia vendo uma pessoa e adorando a presença dela, aí chega uma época que vocês ficam sem se ver e você não fica aliviada por passar um tempo sem ver o mesmo rosto, você fica agoniada por não ter sua pequenininha perto de você, por não poder enjoar ela até sua morte, mas o tempo vai passar e você vai poder vê-la de novo. Sossega Sophia, ela não está tão longe de você e ainda te ama, o amor é recíproco.