sexta-feira, 24 de setembro de 2010

1º Ato.

Tenho ensaiado incessantemente o que fazer no momento do reencontro, o que dizer, como agir e todas essas coisas que, na verdade, são meros detalhes diante de tudo que seria realmente importante se isso acontecesse. Penso em tudo, seria perfeito, eu não deixaria nada dar errado, deixaria tudo sem controle, como sempre foi, tudo seria eterno em nós e as mais belas canções de amor embalariam nossa dança, seriamos taxados de loucos, pois ninguém mais seria capaz de ouvir a melodia que ousa tocar somente no coração dos apaixonados. Eu não sei se conseguiria conter as lágrimas, as palavras, o amor, talvez não, mas isso não seria tão mal assim, você me entenderia e ficaria ao meu lado, como sempre, me completando e somando-se a mim, fazendo minha admiração crescer, crescer e crescer como se não houvessem limites para isso.
A verdade é que todo esse rascunho de felicidade é somente mais uma forma de fugir da realidade sem você, sem amor, sem somas ou qualquer outra dose de alegria. Tenho ensaiado viver sem ti, mas qual peça há de ser completa sem o tal anjo que cuida da personagem principal? Não tem. Você vive e eu sigo ensaiando peças sem platéia, sem roteiro e sem nenhuma perspectiva de apresentação ao público.
Que se fechem as cortinas.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Quando a sua bóia é também a sua âncora, você tem que aprender a nadar.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Um outro caminho.

Ainda na orla, olhei corajosa para o mar, aquele mar imenso , quase tão grande quanto meu amor, que estava decidida a esquecer. Tentei correr até a água, mas a areia fofa do meu coração não permitia que meus passos fossem rápidos, nem ao menos largos. Depois de algumas tentativas, todas frustradas, percebi que restava-me apenas caminhar lentamente, como quem não tem pressa de chegar aonde deveria estar, dar passos lentos e estreitos, para sentir, milimetricamente, toda a angústia que era ir em direção ao esquecimento. Pensei em voltar, desistir daquela loucura que era ir contra o que se sente, mas meu corpo já não aguentava o peso da dor e o caminho mais curto a percorrer era justamente o oposto. Voltar era hipótese descartada. Continuei andando por ali, a faixa de areia na praia parecia estar cada vez maior e aqueles metros pareciam intermináveis, mas eu prossegui e estava cada vez mais serena por causa daquele vento que balançava meus cabelos, eu podia ouvir sua voz, como se você ainda sussurrasse em meu ouvido: "Você fica ainda mais bonita com os cabelos soltos." e a lágrima, que já não aguentava ficar presa em mim, rolou pelo rosto já sem graça, sem forças pra continuar. Andei, encontrei no caminho algumas lembranças, fotos, músicas, retalhos daquilo que me sustentou por tanto tempo, cheguei ao mar... Abaixei-me e lavei o rosto com a água gelada da realidade que me esperava e as ondas, ainda tão pequenas, molhavam meus pés e insistiam para que eu entrasse e mergulhasse numa vida nova. Não entrei. Não mergulhei. Agora estou aqui, na beira do mar, esperando por algum outro caminho, esse não me cabe. Eu não sei nadar.

domingo, 12 de setembro de 2010

Loneliness.

There are 6.8 billion people in the world and I just need you, only you, my guardian angel.

sábado, 4 de setembro de 2010

Sobre o "eu te amo" que não disse.

Gosto dos textos que não publiquei, das músicas que não ouvi, dos sonhos que não sonhei, talvez goste até das ruas que não passei, dos colégios onde não estudei e dos momentos que não vivi. Gosto, especialmente, de você, que já não tenho e que me faz amar tudo que teria ao seu lado se, ao menos num sonho real, voltasse a ser meu, tão meu, amor.

Paradoxo [im]perfeito.

E em meus sonhos mais profundos: você. No final, tão esperado, do meu arco íris: você. Nos meus planos e desejos futuros: você. Em meus ideais, meus parâmetros, minha alegria: você.
E você, tão presente em mim, faz-se ausente em minha realidade, em minhas mãos... tão presente e tão ausente em mim. Volta e traz contigo a parte de mim que sempre estará com você aonde for, com quem for.