tag:blogger.com,1999:blog-61657363674870943262024-03-21T19:46:36.256-07:00Quando as luzes se apagam.Thainá C.http://www.blogger.com/profile/02903493717327040611noreply@blogger.comBlogger52125tag:blogger.com,1999:blog-6165736367487094326.post-40798099948176973612012-04-29T17:35:00.000-07:002012-04-29T17:35:54.245-07:00Salvei uma foto sua no meu computador hoje. Agora você me olha e sorri sem parar, me olha e mostra seus dentinhos pequenos de criança, me faz sorrir junto. Fico escrevendo sem seguir regras gramaticais pra que você leia e venha me corrigir, me bronquear, perguntar de quê me serviram todos aqueles livros que você deu no natal passado. Eu gosto, de uma certa forma, de erros ortográficos porque são os únicos que eu posso corrigir com algum tipo de certeza, basta admitir, passar o corretivo, escrever de novo e depois disso eu sei que você não vai me olhar como se eu fosse um louco destruidor de corações. Eu não sou, você sabe. Você sabe mas insiste em chorar ofensas sempre que decidimos sentar e conversar civilizadamente na sua sala de estar. A gente até consegue por alguns minutos mas quando percebo, já estou voltando pra casa depois de ter fechado sua porta com toda força que eu tinha reservado pra suportar mais uma discussão. Eu nunca vou direto pra casa quando saio da sua em meio a uma briga, sempre paro em algum bar e fico olhando meninas com dentinhos pequenos que parecem com você mas nunca têm esse seu jeito de não-sei-o-que-tô-fazendo que me faz querer te levar pelo caminho mais fácil, então só aí eu vou pra casa com a certeza de que não há como te encontrar em outras. Salvei uma foto sua no computador hoje e parece que esse é o maior contato que eu posso ter com você. E agora?Thainá C.http://www.blogger.com/profile/02903493717327040611noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6165736367487094326.post-3179521676668139962012-04-11T07:48:00.003-07:002012-04-11T07:53:59.905-07:00Hoje não<div>Não há poesia. <span style="font-size: 100%; ">Não agora. </span><span style="font-size: 100%; ">Não em mim ou em meu sofrimento. </span><span style="font-size: 100%; ">Sempre fui admiradora das pessoas que conseguem canalizar as dores para a arte, mas eu não consigo. Eu faço textos pela metade, poemas pela metade, vivo pela metade enquanto sofro.</span></div><div>E já nem sei o que é ser inteira.</div>Thainá C.http://www.blogger.com/profile/02903493717327040611noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6165736367487094326.post-48986690063146751042012-04-01T08:35:00.001-07:002012-04-01T08:40:34.826-07:00Quantas vezes teremos que nos afogar para aprender que são com nossas pernas e braços que conseguimos nadar?Thainá C.http://www.blogger.com/profile/02903493717327040611noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6165736367487094326.post-73026031491828424702012-02-19T11:34:00.001-08:002012-02-19T11:34:40.124-08:00por entre fotos e nomes<div>sem você</div><div>menina</div><div>fico mais perdido</div><div>que Caetano</div><div>cantando</div><div>sem lenço</div><div>sem documento</div><div>e eu vou</div><div>sem você</div><div>por que não?</div>Thainá C.http://www.blogger.com/profile/02903493717327040611noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6165736367487094326.post-69059846290852277592012-02-14T06:42:00.002-08:002012-02-14T08:29:57.593-08:00Amnésia alcoólicaHoje comprei uma carteira de cigarros e fumei todos, ou quase. Estou meio tonto, nada demais, como quando eu viro três ou quatro taças de vinho, fico um pouco bêbado mas sempre quero um pouco mais, alguma coisa que me deixe vivo. Que coisa é essa? Eu não sei. Beber ou fumar não têm surtido tanto efeito assim nesse quesito. <div style="font-style: normal; ">Meu corpo dói, será que os cigarros são tão bons assim? Tão bons quanto você e seu pequeno-corpo-frágil que chega, entra na sala do chefe enquanto eu te observo pela janela de vidro e vem em minha direção como se não soubesse o estrago que está fazendo em minha vida? Talvez sejam, acho difícil, já que você não mata desse jeito, não tão rápido, não sem me fazer pensar em cada mínimo erro que cometi.</div><div>Nem o álcool nem o cigarro são capazes de fazer o que você faz, pequena, eles não têm esses dois pedaços de céu que me fazem cantar <i>all my loving </i>trezentas vezes em minha cabeça e depois esquecer da música, da vida, do texto. </div><div><br /></div><div>seus grandes olhos</div><div>negros</div><div>negam o meu </div><div>olhar</div><div>voltam-se para outros</div><div>e mentem</div><div>matam</div><div>cortam</div><div><br /></div><div><br /></div>Thainá C.http://www.blogger.com/profile/02903493717327040611noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6165736367487094326.post-79312657918754722852012-02-09T14:53:00.001-08:002012-02-09T14:57:00.994-08:00relógiotic<div>o tempo come<div>meu coração e </div><div>some</div><div>das prateleiras, eu</div><div>passo bem</div><div>sem ter a quem</div><div>perder </div><div>doar </div><div>perdoar </div></div><div>tac</div>Thainá C.http://www.blogger.com/profile/02903493717327040611noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6165736367487094326.post-29750755324429249792011-11-05T18:25:00.000-07:002011-11-09T17:44:16.690-08:00Perigosa tentação"Casa da serra? Mas... Tudo bem, vamos." Concordei com a ideia que meu pai teve e entrei no carro. Concordei, mas só o fiz para não gerar outra confusão, eu sabia que aquilo nunca iria dar certo. Enfim, arrumei minhas coisas e fui. <div><div>Minha mãe, mais calada do que nunca, também entrou no carro e tratou de olhar a paisagem, as placas, o asfalto, as pequenas casas que insistiam em passar rapidamente, olhava para tudo, menos para nós. Era assim que ela brigava, silenciosamente. Vocês já pararam para pensar no caminho que o silêncio faz até chegar na parte qualquer do cérebro que nos faz sofrer? Bom, eu não sei precisamente, mas acho que ele atravessa por cada veia, cada artéria, incomoda cada célula do nosso corpo, e passa nos arranhando, nos cortando, fazendo doer regiões que nós nem nos dávamos conta da existência. Mas isso não importa, a dor não importa, não para nós.</div><div>Continuamos calados e aquilo começou a me enlouquecer. Eu sempre gostei dos sons, da música, de imaginar cada palavra derreter e escorrer pelo canto da boca de quem fala cuidadosamente, ou sair como um vômito da boca dos impulsivos. </div></div><div>Aquele silêncio me trazia ímpetos suicidas. Eu queria morrer, queria fugir do mundo, pular daquele carro, queria qualquer coisa que me tirasse dali. Suicídio. Eu acho que sempre tive esse instinto, ou simplesmente era covarde demais para enfrentar meus problemas, não sei. É fácil demais julgar fraco aquele que escolhe por encerrar sua vida, mas é uma tentação, é quase impossível não pensar nisso, não imaginar o drama, a carta-despedida, a culpa que assolará cada um ao passar dos anos. Essa é, porém, uma tentação perigosa, decidir pelo fim de tudo não é fácil e eu já tinha desistido tantas vezes que aquela parecia ser a hora. </div><div>Resolvi esperar por uma última conversa, alguma coisa que pudesse vir deles, qualquer coisa. Nada. Comecei a cantar e minhas palavras se perdiam no ar, assim como se perdem as nossas chances quando deixamos para depois. Eu não sabia o que fazer, todas as coisas apontavam para uma só decisão, tudo parecia gritar para que eu fizesse aquilo e fim. Eu não o fiz e só Deus sabe que eu precisei ser muito forte para não abrir aquela porta e pular, dar adeus e me livrar daquilo. </div><div>Até hoje não sei o que me fez desistir, só sei que, ao chegar na casa da serra, eu desci do carro e sabia que a minha tentação tinha sido atropelada em algum lugar do caminho, eu não podia ver, mas sabia que aqueles pneus estavam manchados do sangue que eu não derramei. Fui para a casa embaixo de uma leve chuva, olhei para trás e pude ver que, ainda dentro do carro, meus pais se olhavam e se comunicavam, mesmo naquele silêncio amargo, acredito que a ausência de palavras às vezes cai bem. Talvez tenha sido isso que me livrou da morte, talvez o silêncio tenha me segurado ali, como se ainda houvesse esperança de qualquer coisa.</div><div>Não sei o que meus pais conversaram, entrei na casa e comecei a escrever, colocar pra fora tudo que me ligasse àquele instinto, porque a tentação, meus queridos, essa eu sei que não vai me largar e talvez eu não queira porque é ela que mantem meus olhos abertos, ela que me faz querer respirar. Perigosa essa tentação que me faz querer morrer, que, ao contrário do que se espera, me liga à vida e me faz esperar sempre um pouco mais de tudo. Um pouco mais de todos. Perigosa mas cada vez mais minha, mais parte de mim.</div>Thainá C.http://www.blogger.com/profile/02903493717327040611noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6165736367487094326.post-51020249001134720262011-09-15T22:26:00.000-07:002011-09-15T23:13:10.799-07:00Um buraco.<div>É como um buraco, um grande buraco vazio e profundo, cada vez maior. A física diz que todo corpo tem um ponto de equilíbrio, o meu não. O grande buraco vazio já tomou conta dele e, a cada dia, ocupa mais de mim. Sigo, então, desequilibrada, louca, desesperada, buscando qualquer coisa que o preencha.</div><div>Ligo a TV e só o que vejo são pessoas e suas bocas falam, mas não ouço nada. Vou passear e os vultos me deixam desnorteada, tonta. Cada vez mais cega. Eu já não vejo vocês, acreditem, está difícil diferenciar qualquer coisa que não seja o grande vazio do mundo. Ando pela rua, encontro as pessoas e quero vomitar, sinto calafrios, repulsa, será que criei algum tipo de alergia? Alergia ao mundo, às pessoas, a mim. Será que esse buraco é resultado disso? Não sei.</div><div>Atravesso a rua e os carros não me incomodam, eles não me vêem, eu não os vejo. Estou aqui, mas também estou à cem mil léguas de distância. Em outra cidade, outro país, outro mundo, um mundo onde eu não existo ou não tenho a obrigação de existir, a obrigação de encontrar vocês, a obrigação de estar viva e de viver essa falsa alegria que todos vocês estão tão acostumados.</div><div>Qual o sentido disso? Eu sei que todos vocês sofrem, todos. Sei que vocês vão dormir todos os dias velando o pouco que morreram. E morrem um pouco mais até o dia que todas as outras pessoas se dão conta disso e resolvem enterrar. Eu, ao contrário disso, estou viva, e sinto a dor e a angústia de crescer um milímetro todos os dias, meus pés estão crescendo e criando vida própria. Eles estão me levando a lugares que não quero. Queria desistir dessa loucura que é viver sem ter a mínima noção do que é a vida e apenas deixar os dias passarem um pouco mais lentos, leves, loucos. Queria que esse buraco parasse de me sugar e sugar toda minha energia. Queria.</div><div>Durmo e sonho que estou em outras dimensões, tudo meio rosa ou azul demais. Um pouco louco. Não há buracos, apenas luzes, cores, flechas. No meu sonho eu tenho controle de tudo, consigo voar sem a ajuda de motores, parece surreal mas me sinto cada vez mais viva, as cores entram em mim e parece que passam por minhas veias, fazendo meu coração pulsar cada vez mais rápido, me deixando sobre a linha tênue que existe entre a vida e a morte, a linha que faz tremer até o mais corajoso de todos os homens. Ali eu me sinto segura. Ali eu sou feliz sem nem ao menos saber onde estou.</div><div> Levanto, tomo um pouco de chá e acredito, mesmo que por uma fração de segundo, que hoje, justamente hoje, o grande buraco vazio vai fechar para que eu possa viver tudo o que há pra viver e cansar e enlouquecer para que todo o ciclo recomece até que não haja mais ciclo algum.</div>Thainá C.http://www.blogger.com/profile/02903493717327040611noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6165736367487094326.post-62079225865943684942011-09-03T03:12:00.000-07:002011-09-02T23:13:53.381-07:00Notas do arrependimentoVolta. Eu sei que virei as costas e te disse pra partir. Sei que fechei a porta e que nunca sou suave ao fazer isso. Eu errei tantas vezes e em tão poucas quis pedir perdão. Dessa vez é diferente, sinto falta do teu riso solto e abraço apertado. Das brincadeiras. Do teu cheiro. De você. Volta. O café está no fogo, eu sei como você gosta e aprendi a prepará-lo já prevendo essa minha recaída. Volta.<div>Volta. Repito isso com o desespero de uma planta pelo último fiozinho de sol ao entardecer e espero seu retorno, sua luz, seu calor. </div><div>Eu nunca te agradeci. Talvez sim, uma vez, meio por alto. Nunca disse "obrigada" por me salvar, por me dar a mão e me tirar do fundo do poço ao bater na minha porta e chegar trazendo tanto carinho. No lugar disso, te deixei só, te larguei e fui viver minhas aventuras sozinha. Que burrice. Queria poder te abraçar e dizer, ao seu ouvido, a falta que você me faz. Não posso.</div><div>Eu não consigo. Não sei escrever sobre ou para você. Acho que porque o silêncio sempre se fez mais presente do que as palavras. Nós não sabemos conversar sobre "nós". Aliás, existe "nós"? É, eu acho que não. </div><div>Busco um pedacinho seu em cada pessoa que encontro por aí, não existe. Na verdade eu não sei como nutri esse sentimento, como isso foi acontecer. Você tem tantos defeitos, tantos, tantos, alguns que eu nunca aceitaria em outra pessoa e agora eu finjo que esqueço, que não vi, que tanto faz. Não reconheço esse sentimento em mim, parece um intruso, não sei. Talvez meus anticorpos o detectem em algum momento e o destrua. É o que espero.</div><div>Espero a campainha tocar e ver você chegando, com seu passo desengonçado, e ouvir sua voz forte dizendo que me quer de volta. Espero, até agora, você tocar aquela música e fazer aquele pedido. Qual pedido? Eu não queria, não quero. O que eu quero é você aqui comigo, sem nomes, sem rótulos. Só você. Volta.</div><div>Eu não consigo dormir, meu pensamento vai aos lugares mais incríveis e você está em todos eles. Isso está beirando a psicopatia. Eu sinto calor e tudo começa a derreter, eu vejo as paredes pingando e seu rosto está em cada gota. Ponho o fone de ouvido e cada música remonta os nossos momentos juntos. Não sei o que fazer. Não sei controlar.</div><div>Ando fazendo loucuras. Bebi você, sem pena, sem medo de que você secasse ou me fizesse mal. Bebi e agora tudo que sou é você, transpiro seus sentimentos e choro seu carinho. Mas está acabando, aos poucos vou ficando desidratada e não há fonte que sacie meus anseios, só há você, tão longe, tão distraído, tão impossível. </div><div>Permaneço aqui, nesse quarto escuro, enquanto a febre me faz ter delírios cada vez maiores. Tomei remédio e o composto químico era você. Não melhorei. Vomitei versos, palavras, sonhos e a esperança de ter você de volta. Joguei-os fora. Estou na janela, finjo que espero o caminhão do lixo passar para levar aquela bolsa com as minhas verdades, mas na realidade espero você chegar com as suas e trazer de volta toda sensatez que se foi com sua partida. Vem, o tempo está passando e cada segundo me destrói, dói ver que poucas são as coisas que fazem sentido quando você não está aqui.</div>Thainá C.http://www.blogger.com/profile/02903493717327040611noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6165736367487094326.post-18649245286330031732011-07-17T18:14:00.000-07:002011-07-17T19:56:51.944-07:00VoltaEnsina pra mim. Ensina como é que esquece, como apaga o sentimento. Mostra a lixeira mais próxima onde eu posso colocar esse amor como se fosse algo descartável, assim como você fez. Mostra, porque eu não consigo esquecer, não consigo enxergar nenhuma saída, olho para todos os lados e não vejo as pessoas, os carros, só vejo você, tudo é você e eu sigo batendo nos postes e não é por falta de atenção, é amor. <div>Diz como você conseguiu passar por nós, por nossas lembranças e agir como se fossemos apenas um momento de distração. Foi assim para você? Uma distração de dois anos e meio? Acredito que não. Você me amava, eu sei, eu me sentia amada. O problema é que é passado para você mas continua presente em mim esse sentimento. E não passa! Eu finjo que esqueço, finjo que tanto faz mas não, você sabe que não. </div><div>Essa saudade é tão mesquinha, essa vontade de você aqui comigo, sabe? Como eu fiquei assim? Em que momento da minha caminhada eu me tornei esse ser sedento por atenção, a sua atenção? Você está feliz agora, eu sei, mas você podia ser feliz comigo. Eu te fiz feliz por aqueles trinta meses e poderia continuar fazendo por mais trinta mil deles. Mas você acha que não e eu já não tenho voz para opinar.</div><div>Você consegue lembrar do que fazíamos? Consegue lembrar de como podíamos passar o dia juntos e ainda sentir saudade no final da noite? Eu, com meus quatro anos a mais no documento, agia como uma criança só para acabar em seu colo e você acariciava meus cabelos ruins como se fossem seda. Não lembra, eu sei, sua memória é muito curta e agora você tem outros momentos para guardar, não te culpo por isso.</div><div>Olha, meu bem, se qualquer dia desses, numa dessas esquinas nas quais costuma passar, você sentir cheiro de café ou de carinho no fim da tarde, aquele cheiro que só nós conhecíamos, e lembrar de mim, não hesite em ligar, o número é o mesmo, o colo é o mesmo e eu te espero, já não aguento de saudades. Volta e toma o lugar que nunca deixou de ser teu.</div>Thainá C.http://www.blogger.com/profile/02903493717327040611noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6165736367487094326.post-69527939042633637962011-06-29T19:50:00.000-07:002011-06-29T20:11:39.818-07:00Um caminhoDepois de tantas mudanças, será que ainda carregamos algo do que construímos juntos? Será que, mesmo lá no fundo, ainda temos aquela alegria e aquele jeito de ver a vida que tínhamos antigamente? Nós nos perdemos no meio do caminho até aqui, você tomou alguns atalhos, chegou mais rápido, cansou-se menos, está feliz agora. E eu? Eu já nem sei o que fiz da minha vida, do meu caminho. Acho que, depois do nosso desencontro, dei muitas voltas até chegar aqui. Você carregava a bússola, lembra? Disse que era melhor ficar com ela pois eu, destrambelhada do jeito que sou, a perderia e nós teríamos que pedir ajuda a alguém. Você me deixou só, sem bússola, sem direção, mas eu segui e cheguei até aqui, eu sabia que conseguiria, mesmo quando chorei e pensei em desistir, sabia que, mesmo que demorasse, só existia uma saída e era continuar. Continuei. <div>Nos reencontramos depois de tanto tempo e eu ainda achei que seríamos os mesmos. Que burra. Você deixou tantas coisas minhas pelo caminho e suas coisas pesavam demais, eu tive que deixá-las também. Hoje tentamos qualquer tipo de aproximação, mas parece impossível, damos alguns passos a frente e a lembrança das dores nos pés por causa da caminhada nos faz voltar, então fingimos ser os mesmos, mas sabemos que não, somos outros. Te ligo e o barulho insuportável do silêncio me faz chorar, penso que ainda conseguimos manter alguma telepatia, mas isso também se perdeu. Parece que acabou, infelizmente.</div><div>Quem é você? Eu já não sei. Quem sou eu? Você também não sabe. </div><div>Nos perdemos e isso não foi físico, nossos caminhos voltaram a se cruzar mas nossas almas continuam vagando por aí. Talvez se reencontrem um dia, talvez. E aí, meu amor, voltaremos a nos proteger e a nos amar como antes. Como sempre foi. Como nunca deveria deixar de ser. </div>Thainá C.http://www.blogger.com/profile/02903493717327040611noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6165736367487094326.post-72239886572786924042011-05-16T13:10:00.000-07:002011-05-16T13:37:51.595-07:00Mais uma doseEu bebo do seu veneno e fico parada, esperando que ele se misture com meu sangue e eu possa continuar fingindo que nada aconteceu. Aqui, estática, posso ver os seus movimentos, posso ver que você me olha pelo cantinho desse seu olho mais profundo que o Pacífico, que parece que vai me afogar a qualquer momento. Do meu ângulo posso ver todos os seus sorrisos, escutar suas piadas, sentir o seu abraço. Mas eu não existo. Eu não existo porque a cada gole desse veneno, torno-me um pouco mais invisível e já foram tantos litros que sumi.<div> Não te culpo por essa minha palidez, a vida fez questão de mostrar os bônus de ser invisível. O veneno já não demora a fazer parte do meu sangue e a concentração é cada vez maior, torno-me cada vez menos frágil, menos sucinta aos seus ataques, seu soro. </div><div>Talvez o mais difícil seja encarar as pessoas para as quais ainda existo, ninguém vê que tudo isso serve-me de fortificante, que cada vez que endureço, chego mais perto da felicidade. Minha invisibilidade incomoda essas pessoas, mas não as entendo, está tão confortável aqui. Sem eles, sem você. </div><div>Assim como a mentira, que contada várias vezes torna-se verdade, tomo esse veneno como quem toma água, pois ele já faz parte de mim. Bebo, sem pena de mim, sem pena de você ou de qualquer outra pessoa. Sigo, envenenada e sorrindo, para qualquer lugar bem longe daqui. Procuro outras pessoas, outros sonhos e outros goles de outros venenos, porque o seu já não faz mais efeito. Adeus.</div>Thainá C.http://www.blogger.com/profile/02903493717327040611noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6165736367487094326.post-39454882119012190342011-03-10T11:52:00.000-08:002011-03-10T12:34:51.708-08:00Caixa.Lembro-me de um dia que eu tinha decidido ficar em casa, sozinha, cuidar das plantas e do meu cachorro. Só. Liguei pra ele e disse que estava doente, que não daria pra sair com o pessoal porque tinha medo de contagiar ou enojar os mais frágeis. Depois dos afazeres, eu alugaria um filme e faria pipoca no microondas. Quatro minutos, nada mais, nada menos, pra não queimar como da outra vez. Seria o dia perfeito, o meu dia.<div>Não fiz nada disso, é claro, como já era de se esperar. Primeiro que a minha cama estava me envolvendo de um jeito que não dava pra abandonar, então passei horas procrastinando, coisa que eu sempre fiz bem. Depois fui arrumar o guarda-roupas e encontrei uma caixa, dessas que você abre com medo, pois o passado pode vir devastador e dar um tapa na sua cara, abri pensando que não tinha nada demais ali, mas tinha, sempre tem. Comecei a tirar aquelas fotos e cartas que deveriam estar em uma lata de lixo qualquer ou, com toda minha mania de ser ecologicamente correta, em alguma associação de reciclagem, mas não era o caso, estavam ali em minhas mãos, queimando meus dedos como uma xícara de café recém posto. Tem horas que a gente não descansa até que a brisa do passado volte a balançar nossos cabelos. </div><div>Ri e reli as cartas, olhei cada detalhe das fotos, reparei em todos os defeitos, os meus e os seus, é claro, pra me convencer de que se era passado, é por que não tinha motivos pra ser presente. Eu sempre fui muito besta em relação a essas frases de efeito, mas naquele dia eu percebi que isso não tinha sentido, porque, em meio àquelas lembranças, mesmo com todos os dentes tortos, olheiras, espinhas, lixo na rua, eu só consegui reparar na perfeição de estarmos juntos, na eternidade que aqueles momentos pareciam ter. </div><div>Depois de passar metade do dia revivendo, em sonhos, tudo aquilo, eu só conseguia pensar em você. Quem era você agora? Quem se tornou aquele homem que conseguia transformar qualquer defeito em detalhe? Quem sou eu sem você? Desandei a procurar qualquer contato seu. Achei um cartão do seu emprego e pensei em não ligar pois qualquer um já teria trocado de número, mas lembrei que você não era qualquer um e que nunca trocava de chip, só de aparelho. Liguei e, como quem não queria nada, perguntei as novidades e depois de meia hora de conversa (assunto nunca nos faltou), já tínhamos marcado um encontro no café que tinha aberto uma semana antes no shopping.</div><div>Hoje tento lembrar por qual motivo nós tínhamos nos afastado, porque diante dessa sintonia, não consigo pensar em nada que possa ter desviado nossos rumos. Só sei que agora, contando essa história pra você, só posso ter certeza que você nunca foi passado, sempre foi presente, futuro ou qualquer outra coisa que possam inventar. Só sei que você nunca foi, você é e sempre será essa coisa dentro de mim que não acaba nunca.</div>Thainá C.http://www.blogger.com/profile/02903493717327040611noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6165736367487094326.post-14123368304895141612011-02-13T19:07:00.000-08:002011-06-29T20:23:53.113-07:00Quase.Semana passada eu estava num bar, pensando, entre um gole e outro do conhaque mais barato do menu, em todas os conselhos que ando engolindo, fingindo que ouço, que sigo, que tomo pra mim, pensando no que tem se tornado o maior problema da minha vida: viver. Viver deveria ser uma coisa menos complicada, por sinal, já não aguento as dores de cabeça que isso anda me trazendo, nós poderíamos simplesmente dar sinal e descer na próxima estação, virar a esquina e já estar em outra vida, outros planos, outro tudo. Perfeito. Mas aí vem a vida e contraria todos os meus planos, não dá pra descer, não tem sinal, nem cordinha pra puxar, viver não é uma opção, vive-se e pronto. <div>Fui interrompida, como sempre, dessa vez pelo garçom, que queria saber se eu queria algo mais, eu não queria, meu dinheiro estava acabando e eu ainda estava economizando pra comprar aquele sapato divino que tira qualquer mulher da fossa, mesmo que superficialmente. Não perdi a linha de raciocínio, logo depois de dispensar o garçom com alguma mentira pré-inventada, continuei pensando e pensando e me sentindo cada vez mais insegura em relação à vida e às pessoas e ao mundo e a mim, principalmente. Dá pra viver sem problemas ou isso é só utopia? Alguém me salva, estou morrendo afogada nessa insegurança, eu não sei nadar, já avisei. Onde está a bóia? Não tem bóia, só tem eu sendo autodidata nas aulas de natação e de vida. </div><div>Uma quase mulher, com responsabilidades quase adultas, problemas quase insuportáveis e essa insegurança de quem não viveu direito, de quem subiu no trem errado e agora só assiste a vida passar pela janela empoeirada. Acabou o conhaque, e agora? Como é que eu continuo a vida de mãos vazias? Como é que se vive, amigos? Cadê os conselhos extraordinários agora? Me ajudem. Não ajudaram...</div><div>Fui embora do bar e deixei meus problemas naquela mesa torta, porque não dava pra sair sem pagar e ainda ser o centro das atenções com aquela mala de dimensões espaciais. Desde então tenho vivido sendo quase tudo, qualquer coisa ou quase nada. </div><div><br /></div>Thainá C.http://www.blogger.com/profile/02903493717327040611noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6165736367487094326.post-65477991241090191642010-12-24T16:10:00.000-08:002010-12-24T19:37:31.581-08:00Coisas casuais.Era dia 25 e ele caminhava pelas ruas de São Paulo enquanto observava uma movimentação estranha, um grupo de pessoas que comemoravam não sei o que com uma garrafa de vinho na mão e um sorriso aberto no rosto. Era dia 25 e ele não comemorava nada, apenas caminhava e conversava com estranhos nas ruas de uma cidade morta, perguntava-se acerca do mundo, dos motivos que impulsionavam aquilo tudo e das pessoas, esses seres-contorno, sem conteúdo, sem nada. Que pessoas são essas? Que bando de andorinhas sem verão são essas que voam sem ter onde pousar? Quem? Eu não sei.<div>E o que restou do que era pra ser eterno? O que restou dessas almas abandonadas? Restou essa dor escondida num copo de vinho, esse nada que diz ser tudo. Esse vazio e fim.</div><div>Restou-nos inventar datas para que pudéssemos ter uma aproximação maior, um abraço menos forçado, um sorriso menos fingido. Restou essa vida que não nos cabe, não nos move, não nos alegra.</div><div> Restou-lhe viver. <i>Sobre</i>viver.</div><div><div><br /><div><br /></div></div></div>Thainá C.http://www.blogger.com/profile/02903493717327040611noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6165736367487094326.post-4721846820119841592010-12-08T19:48:00.000-08:002010-12-08T20:04:04.413-08:00Fragmento.E parece, então, que aquele quarto continuava ali, vazio e escuro, para que eu pudesse entrar às vezes e deitar num canto qualquer, onde passaria a noite lembrando de momentos que não devia e cantarolando músicas que já deveriam ter sido esquecidas. E quando acordasse no outro dia, com os olhos pequenos depois de tantas lágrimas, traria alguns móveis, um som com novos discos, e até um quadro para pôr na parede verde e arrumaria tudo pra criar um novo ambiente, daí eu dormiria com um sorriso enferrujado no rosto, sabendo que aquele ainda era, mesmo depois da mudança, o seu quarto. O nosso quarto.Thainá C.http://www.blogger.com/profile/02903493717327040611noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6165736367487094326.post-48368789565860827562010-11-17T14:00:00.000-08:002010-11-17T14:28:36.284-08:00A mala.Tenho tentado retirar algumas coisas da minha bagagem, coisas que não usarei na viagem ou que já não me servem de modo algum. O motivo dessa seleção é o peso, pois não tenho forças pra carregar nada além dessa mala de mão que sempre me acompanha. Tenho tentado retirar algumas coisas do meu coração, mas parece que essa retirada, logo essa que é tão importante, não tem surtido muito efeito, o peso continua o mesmo ou até maior, as vezes exito em dar passos largos, temendo fraquejar no meio do caminho, mais uma vez. Quem diria que o silêncio pesa tanto, que a falta de tudo que eu carregava seria mais dolorosa em meus ombros que a presença delas? Não dava pra prever, até porque o coração não antecipa aquilo que ele não aceita. E mesmo assim, com tanto sentimento sobrando, com tantas palavras não ditas e com tantas conversas inacabadas, fecho a mala e ponho a passagem no bolso, pois a vida, tão apressada que é, não pensaria duas vezes antes de me deixar sozinha no trem. Sigo, então, com a mala leve e o peito cheio de um vazio que pesa e me dói, pronta pra descer em qualquer estação que pareça diferente daquela em que embarquei.Thainá C.http://www.blogger.com/profile/02903493717327040611noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6165736367487094326.post-49520695841529999742010-10-20T16:10:00.000-07:002010-10-20T16:20:49.199-07:00Carta.A gente vive e lamenta todos os caminhos errados que decidimos seguir ou que acabamos tomando sem saber o que nos esperava. Nós mudamos, fazemos escolhas e sofremos por causa das escolhas que fizeram por nós, mas não temos o dever de chorar eternamente por algo que nem vale a pena, ou que vale independente das lágrimas que escorrem por nossos rostos cansados.<div>A gente cresceu, meus amores, e devemos isso ao sofrimento, ao sorriso, aos tombos e à todas as vezes que resolvemos erguer a cabeça e seguir vivendo, devemos isso a vida. Nós crescemos, não somos mais crianças imaturas e temos outros motivos para viver, outros brilhos a ocultar e outras luzes para apagar, porque a vida não acaba aqui e virando aquela esquina ali na frente tem muita felicidade nos esperando.</div><div>O melhor de tudo é a esperança, a vontade de vencer e ultrapassar qualquer barreira idiota que insiste em aparecer, é pela esperança que nós vivemos e é ela que nos faz chegar em casa sustentando o sorriso de plástico que exibimos o dia inteiro.</div><div>E a gente chega em casa, apaga a luz e fecha a porta, mas não a tranca, porque a esperança ainda pode chegar e trazer com ela um mundo melhor.</div><div><br /></div><div><i>- Aos meus amores: Jessica F. e Lidiane K.</i></div>Thainá C.http://www.blogger.com/profile/02903493717327040611noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6165736367487094326.post-68157182878011784772010-10-19T13:48:00.000-07:002010-12-15T19:03:37.847-08:00Cegos.Ele saiu atrasado para o trabalho, já passava das sete quando ignorou o "bom dia" do porteiro do seu prédio. Mas quem liga? Ele que não dava a mínima importância à um subalterno qualquer. Continuou andando até seu carro e seguiu caminho até a empresa. Com o sinal vermelho, via pelo vidro qualquer coisa como um menino de seis anos deitado embaixo de um banco qualquer desses de rodoviária, e não ligou, era mais uma vítima da sociedade e não seria ele a bancar o super herói e resolver salvar o mundo de suas desgraças, então subiu o vidro, onde o fumê o isolaria de qualquer problema mundano e aumentou o volume do som do carro. Criava-se ali mais um filho da puta. Mas que diferença isso faria? O mundo tá cheio deles. Cheio de filhos da puta e de miseráveis que choram por uma oportunidade de crescer na vida. <div>Depois do trabalho voltou pra casa, passou por todo aquele trajeto que já era rotina, já não se incomodava com aquele cenário que anunciava a Terceira Guerra Mundial, pois já tinha garantido o seu porão de ouro, nenhuma bomba o atingiria. Entrou em casa, apagou as luzes e foi assistir um filme americano qualquer.</div><div>E do lado de fora, a sociedade seguia hipócrita, como sempre, alimentando filhos da puta que vêem dinheiro mas são cegos pra qualquer tipo de ação que envolva seu quinhão.</div>Thainá C.http://www.blogger.com/profile/02903493717327040611noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6165736367487094326.post-11625762115360022642010-09-24T16:03:00.000-07:002010-09-24T16:51:49.940-07:001º Ato.Tenho ensaiado incessantemente o que fazer no momento do reencontro, o que dizer, como agir e todas essas coisas que, na verdade, são meros detalhes diante de tudo que seria realmente importante se isso acontecesse. Penso em tudo, seria perfeito, eu não deixaria nada dar errado, deixaria tudo sem controle, como sempre foi, tudo seria eterno em nós e as mais belas canções de amor embalariam nossa dança, seriamos taxados de loucos, pois ninguém mais seria capaz de ouvir a melodia que ousa tocar somente no coração dos apaixonados. Eu não sei se conseguiria conter as lágrimas, as palavras, o amor, talvez não, mas isso não seria tão mal assim, você me entenderia e ficaria ao meu lado, como sempre, me completando e somando-se a mim, fazendo minha admiração crescer, crescer e crescer como se não houvessem limites para isso. <div>A verdade é que todo esse rascunho de felicidade é somente mais uma forma de fugir da realidade sem você, sem amor, sem somas ou qualquer outra dose de alegria. Tenho ensaiado viver sem ti, mas qual peça há de ser completa sem o tal anjo que cuida da personagem principal? Não tem. Você vive e eu sigo ensaiando peças sem platéia, sem roteiro e sem nenhuma perspectiva de apresentação ao público. </div><div>Que se fechem as cortinas.</div>Thainá C.http://www.blogger.com/profile/02903493717327040611noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6165736367487094326.post-63401983976279078072010-09-22T18:23:00.000-07:002010-09-22T18:25:43.608-07:00<div style="text-align: center;">Quando a sua bóia é também a sua âncora, você tem que aprender a nadar.</div>Thainá C.http://www.blogger.com/profile/02903493717327040611noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6165736367487094326.post-71654513141621476662010-09-14T14:33:00.000-07:002010-09-14T16:25:17.291-07:00Um outro caminho.Ainda na orla, olhei corajosa para o mar, aquele mar imenso , quase tão grande quanto meu amor, que estava decidida a esquecer. Tentei correr até a água, mas a areia fofa do meu coração não permitia que meus passos fossem rápidos, nem ao menos largos. Depois de algumas tentativas, todas frustradas, percebi que restava-me apenas caminhar lentamente, como quem não tem pressa de chegar aonde deveria estar, dar passos lentos e estreitos, para sentir, milimetricamente, toda a angústia que era ir em direção ao esquecimento. Pensei em voltar, desistir daquela loucura que era ir contra o que se sente, mas meu corpo já não aguentava o peso da dor e o caminho mais curto a percorrer era justamente o oposto. Voltar era hipótese descartada. Continuei andando por ali, a faixa de areia na praia parecia estar cada vez maior e aqueles metros pareciam intermináveis, mas eu prossegui e estava cada vez mais serena por causa daquele vento que balançava meus cabelos, eu podia ouvir sua voz, como se você ainda sussurrasse em meu ouvido: <span style="font-style:italic;">"Você fica ainda mais bonita com os cabelos soltos."</span> e a lágrima, que já não aguentava ficar presa em mim, rolou pelo rosto já sem graça, sem forças pra continuar. Andei, encontrei no caminho algumas lembranças, fotos, músicas, retalhos daquilo que me sustentou por tanto tempo, cheguei ao mar... Abaixei-me e lavei o rosto com a água gelada da realidade que me esperava e as ondas, ainda tão pequenas, molhavam meus pés e insistiam para que eu entrasse e mergulhasse numa vida nova. Não entrei. Não mergulhei. Agora estou aqui, na beira do mar, esperando por algum outro caminho, esse não me cabe. Eu não sei nadar.Thainá C.http://www.blogger.com/profile/02903493717327040611noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6165736367487094326.post-37703071980578554392010-09-12T19:19:00.000-07:002010-09-12T19:30:41.049-07:00Loneliness.There are 6.8 billion people in the world and I just need you, only you, my guardian angel.Thainá C.http://www.blogger.com/profile/02903493717327040611noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6165736367487094326.post-61671129125513836062010-09-04T13:52:00.000-07:002010-09-04T13:59:46.465-07:00Sobre o "eu te amo" que não disse.Gosto dos textos que não publiquei, das músicas que não ouvi, dos sonhos que não sonhei, talvez goste até das ruas que não passei, dos colégios onde não estudei e dos momentos que não vivi. Gosto, especialmente, de você, que já não tenho e que me faz amar tudo que teria ao seu lado se, ao menos num sonho real, voltasse a ser meu, tão meu, amor.Thainá C.http://www.blogger.com/profile/02903493717327040611noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6165736367487094326.post-61521864940147316712010-09-04T13:32:00.000-07:002010-09-04T16:36:43.210-07:00Paradoxo [im]perfeito.E em meus sonhos mais profundos: você. No final, tão esperado, do meu arco íris: você. Nos meus planos e desejos futuros: você. Em meus ideais, meus parâmetros, minha alegria: você. <br />E você, tão presente em mim, faz-se ausente em minha realidade, em minhas mãos... tão presente e tão ausente em mim. Volta e traz contigo a parte de mim que sempre estará com você aonde for, com quem for.Thainá C.http://www.blogger.com/profile/02903493717327040611noreply@blogger.com0