terça-feira, 14 de setembro de 2010

Um outro caminho.

Ainda na orla, olhei corajosa para o mar, aquele mar imenso , quase tão grande quanto meu amor, que estava decidida a esquecer. Tentei correr até a água, mas a areia fofa do meu coração não permitia que meus passos fossem rápidos, nem ao menos largos. Depois de algumas tentativas, todas frustradas, percebi que restava-me apenas caminhar lentamente, como quem não tem pressa de chegar aonde deveria estar, dar passos lentos e estreitos, para sentir, milimetricamente, toda a angústia que era ir em direção ao esquecimento. Pensei em voltar, desistir daquela loucura que era ir contra o que se sente, mas meu corpo já não aguentava o peso da dor e o caminho mais curto a percorrer era justamente o oposto. Voltar era hipótese descartada. Continuei andando por ali, a faixa de areia na praia parecia estar cada vez maior e aqueles metros pareciam intermináveis, mas eu prossegui e estava cada vez mais serena por causa daquele vento que balançava meus cabelos, eu podia ouvir sua voz, como se você ainda sussurrasse em meu ouvido: "Você fica ainda mais bonita com os cabelos soltos." e a lágrima, que já não aguentava ficar presa em mim, rolou pelo rosto já sem graça, sem forças pra continuar. Andei, encontrei no caminho algumas lembranças, fotos, músicas, retalhos daquilo que me sustentou por tanto tempo, cheguei ao mar... Abaixei-me e lavei o rosto com a água gelada da realidade que me esperava e as ondas, ainda tão pequenas, molhavam meus pés e insistiam para que eu entrasse e mergulhasse numa vida nova. Não entrei. Não mergulhei. Agora estou aqui, na beira do mar, esperando por algum outro caminho, esse não me cabe. Eu não sei nadar.

Um comentário:

  1. Nossa!! parabéns pelo blog! tudo o que vc escreveu é exatamente como eu me sinto D: chorei ao ler os teus textos e me senti aliviada em saber que não estou sozinha nessa caminhada. Espero que tudo de certo pra ti. Força! beijinhos...

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