quarta-feira, 29 de junho de 2011

Um caminho

Depois de tantas mudanças, será que ainda carregamos algo do que construímos juntos? Será que, mesmo lá no fundo, ainda temos aquela alegria e aquele jeito de ver a vida que tínhamos antigamente? Nós nos perdemos no meio do caminho até aqui, você tomou alguns atalhos, chegou mais rápido, cansou-se menos, está feliz agora. E eu? Eu já nem sei o que fiz da minha vida, do meu caminho. Acho que, depois do nosso desencontro, dei muitas voltas até chegar aqui. Você carregava a bússola, lembra? Disse que era melhor ficar com ela pois eu, destrambelhada do jeito que sou, a perderia e nós teríamos que pedir ajuda a alguém. Você me deixou só, sem bússola, sem direção, mas eu segui e cheguei até aqui, eu sabia que conseguiria, mesmo quando chorei e pensei em desistir, sabia que, mesmo que demorasse, só existia uma saída e era continuar. Continuei.
Nos reencontramos depois de tanto tempo e eu ainda achei que seríamos os mesmos. Que burra. Você deixou tantas coisas minhas pelo caminho e suas coisas pesavam demais, eu tive que deixá-las também. Hoje tentamos qualquer tipo de aproximação, mas parece impossível, damos alguns passos a frente e a lembrança das dores nos pés por causa da caminhada nos faz voltar, então fingimos ser os mesmos, mas sabemos que não, somos outros. Te ligo e o barulho insuportável do silêncio me faz chorar, penso que ainda conseguimos manter alguma telepatia, mas isso também se perdeu. Parece que acabou, infelizmente.
Quem é você? Eu já não sei. Quem sou eu? Você também não sabe.
Nos perdemos e isso não foi físico, nossos caminhos voltaram a se cruzar mas nossas almas continuam vagando por aí. Talvez se reencontrem um dia, talvez. E aí, meu amor, voltaremos a nos proteger e a nos amar como antes. Como sempre foi. Como nunca deveria deixar de ser.